17/11/2021 - updated: 17 nov 2021 às 23:55
Após a polêmica declaração de que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), teria a ”cara do governo” aliados do Bolsonaro estão afirmando que o presidente (sem partido) teve acesso prévio à prova, que acontece nos próximos dias 21 e 28 de novembro.
Em sua viagem para Dubai, Bolsonaro em entrevistas a jornalistas disse que o exame agora ‘‘começa a ter a cara do seu governo”.
A fala do presidente correu Brasília e levantou discussões entre apoiadores, o centrão e partidos de esquerda estão convictos que Bolsonaro teve acesso prévio à prova, que deve ser sigilosa, sendo assim, ele sabe o teor das questões e por isso soltou a frase para o seu eleitorado.
No meio da repercussão da fala do presidente Bolsonaro, o jornal Estado de São Paulo publicou hoje que a gestão ”Bolsonaro” cortou questões que serão aplicados a partir do próximo domingo.
Segundo a reportagem, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) passou a imprimir a prova previamente neste ano com a intenção de que mais pessoas tivessem acesso ao exame antes da aplicação. O que facilitaria o acesso ao Ministro da Educação Milton Ribeiro e do ”clã” bolsonarista.
Ainda de acordo com o jornal, 24 questões, consideradas “sensíveis”, foram retiradas após uma “leitura crítica”. A reportagem não especifica o teor destas perguntas.
Em entrevista a CNN Brasil, o Ministro Milton Ribeiro negou qualquer interferência do governo na prova do Enem e amenizou a exoneração de 30 funcionários de seus cargos.
“As provas foram impressas há meses, já foram encaminhadas. Não há como interferir nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Então, essa ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação”, declarou.
Por diversas vezes na entrevista, o Ministro declarou que o exame precisa ter questões técnicas e não de “cunho ideológico”.