Há 17 anos, a novela “Bang Bang” chegava ao fim como uma das menores audiência da faixa das 19h na Globo. Porém, antes da estreia, o próprio autor da novela já previu que a história ambientada no faroeste não iria agradar o público. “Dizem que neste horário 35 (de ibope) é a média. ‘Bang Bang’ não vai dar isso”, profetizou Mário Prata na festa de lançamento do folhetim, que marcou a estreia de Fernanda Lima nas novelas.
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“Ou dá 40 ou mais, ou 30 ou menos. Nem eu, nem a Globo sabemos no que vai dar, mas estamos nos divertindo”, continuou o dramaturgo. Realmente a trama acumulou baixos índices de audiência e terminou com média de 27,2 pontos na Grande São Paulo – três anos depois, “Três Irmãs” ia roubar o ponto de menor ibope da faixa com somente 24,3 pontos de média.
Logo nas primeiras semanas a produção encontrou um obstáculo, tudo isso porque Mário precisou se afastar do trabalho para tratar uma osteoporose. No início a produção dos capítulos ficou sob os comandos de Márcia Prates, que até então era colaboradora. Porém, devido a baixa audiência – que viu a Record se aproximar com “Prova de Amor”, uma novela totalmente carioca, a Globo chamou o experiente autor Carlos Lombardi para orientar os roteiristas e tentar melhorar o folhetim.
“Bang Bang era uma novela altamente experimental, era uma paródia. Todo mundo sabia que era um projeto ousado. E tinha virado um projeto ousado sem dono. Quer dizer, quando o Prata saiu, a novela perdeu a personalidade”, contou Lombardi em depoimento ao livro História, Autores da Teledramaturgia.
Mais sobre a novela fracassada da Globo:
“Eu achava que a novela tinha muitos problemas técnicos. A história de Bang Bang foi empacotada de forma errada. Bang Bang deveria ter sido um seriado semanal, e não uma novela. Eu disse: ‘Se é remendo, vamos remendar!’ E foi o que eu fiz. Deu certo. Fiz a minha parte. Mas foi um dos trabalhos mais difíceis da minha vida”, continuou Lombardi.
Na ideia original, a história iria fazer uma paródia com a situação atual do Brasil no estilo faroeste. A trama girava em torno do desejo de vingança de Ben Silver (Bruno Garcia) , que assistiu sua família ser morta por pistoleiros quando ele tinha somente oito anos.
20 anos depois, ele retorna à região para acertar as contas com Bullock – autores do massacre no passado. Porém ele acaba se apaixonando por Diana Bullock (Fernanda Lima) ,a filha do mandante da chacina.