O Senado brasileiro impediu que a novela O Rei do Gado usasse um caixão na cena do velório do senador fictício Caxias. O presidente do senado a época, José Sarney, não gostou do uso do caixão devido a sua superstição. E, por isso, não queria o uso do material no salão nobre da casa legislativa. Foi a única ressalva que ele deu para a gravações. Mesmo assim, Sarney aproveitou para tietar. O político tirou fotos com Ana Rosa, que fazia Maria Rosa, a esposa do senador; e Mariana Lima, intérprete de Liliana, filha de Caxias.
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Ney Suassuna foi outro que não gostou da cena e criticou o caso no plenário. “Por que a tomada do plenário superdimensionado – não é o plenário do Senado — e sim algo que poderia ser o auditório Petrônio Portella, por exemplo? Senão para ampliar a ideia de vazio, reforçando a tese de um bando de vadios e negligentes que vivem aqui e ganham sem trabalhar?”. Desabafou o senador em 1996.
Já o outro senador Carlos Vereza achou que não teria nenhum problema “Não seria ridículo nem folclórico. Ao contrário: seria digno homenagear um político que honrou a classe, mesmo sendo ficção. Eles só sabem fazer críticas à TV. O velório não iria denegrir a imagem do Senado. O que fere a dignidade do Congresso é quando chegam na terça e voltam para casa na quinta-feira”. Ele deu essa declaração para o Jornal do Brasil em 1997.
Posteriormente a polêmica, Rei do Gado gravou no Senado
Mesmo impedido de usar caixão, ainda assim, a novela conseguiu relatar o velório. A produção da novela fez sequências do cortejo nas avenidas de Brasília, e equipe foi escoltada pela polícia. Curiosamente, o PMDB (atual MDB) fazia uma convenção sobre a polêmica emenda da reeleição no mesmo dia, e isso congestionou ainda mais os arredores do Congresso.
Alguns senadores deram depoimento para deixar a cena mais real. Foram eles Roberto Caxias, como Benedita da Silva e Eduardo Suplicy, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).
