Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore, que subiram ao espaço na cápsula CST-100 Starliner, da Boeing, ficarão mesmo na Estação Espacial Internacional e retornarão apenas em fevereiro de 2025, em uma cápsula da SpaceX que subirá ao espaço em setembro deste ano com apenas dois tripulantes, como parte da missão Crew-9.
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“A Nasa decidiu que Butch e Suni vão retornar com a Crew-9.” Assim o administrador da agência espacial americana, Bill Nelson, abriu, sem rodeios a coletiva deste sábado (24), anunciando a decisão.
Nelson mencionou a importância do foco na segurança e lembrou os acidentes com os ônibus espaciais Challenger (1986) e Columbia (2003) para destacar a mudança de cultura interna que emergiu dessas tragédias, estimulando equipes a manifestarem suas dúvidas sobre segurança na hora de tomar decisões.
A cápsula Starliner CST-100 foi lançada em 5 de junho deste ano, em sua primeira missão tripulada. A nave partiu de Cabo Canaveral, na Flórida, no topo de um Atlas 5 –foguete da United Launch Alliance (ULA), a joint venture entre Boeing e Lockheed Martin.
O lançamento ocorreu após alguns adiamentos. Inicialmente, o voo estava previsto para julho de 2023, mas a Boeing descobriu material de fita inflamável e problemas nas linhas do paraquedas da espaçonave. Passou-se, então, a mirar março deste ano.
Foi só em 6 de maio, porém, que o Starliner esteve perto de fazer sua estreia com astronautas a bordo. Os astronautas estavam a bordo, mas, a menos de duas horas da contagem regressiva, decidiu-se deixar o foguete no chão devido a um defeito em uma válvula que regula a pressão no tanque de oxigênio -a peça precisou ser substituída.
Mais tarde, a Boeing afirmou ter sido identificado um vazamento de hélio em um componente de 1 dos 28 controles de propulsores usados para manobrar a cápsula na órbita da Terra. Na avaliação da empresa, o vazamento não representava um problema de segurança de voo.
A menção a vazamento de hélio tornou a aparecer no dia seguinte ao lançamento da Starliner. A falha levou a inutilização de propulsores, e a cápsula acabou não usando a janela inicialmente prevista para acoplar à Estação Espacial Internacional, mas isso acabou sendo feito ainda em 6 de junho.
A missão, que então se esperava durar oito dias, foi sendo estendida em razão de problemas técnicos na cápsula. A agência espacial americana remarcou a volta da nave três vezes –originalmente seria no dia 14 de junho, passou para 18, depois 22 e mais tarde 26– e, por fim, ficou sem data definida.
Com o prolongamento da missão, funcionários da Nasa e da Boeing relutaram a usar a palavra “preso” para se referir aos dois astronautas que viajaram na cápsula, o que acrescentaria mais um ponto negativo no histórico de um projeto que acumula adiamentos em decorrência de contratempos técnicos.