A atriz Gorete Milagres, conhecida por seu papel icônico como a Filó em “A Praça É Nossa”, revelou lembranças marcantes de sua convivência com a saudosa Eva Wilma (1933-2021), nos bastidores de um set de filmagens.
As duas atrizes trabalharam juntas no aguardado filme intitulado “As Aparecidas”, cujas gravações foram concluídas no final de março, após um intervalo de mais de três anos.
+Nos anos 60, Eva Wilma quase atuou em um filme de Hitchcock
Em entrevista à revista Quem, Gorete Milagres destacou a proximidade que desenvolveu com Eva durante o período de filmagens.
A experiência de cuidar de Eva Wilma trouxe um vínculo especial entre as duas, fortalecido pela convivência intensa e pelo apoio mútuo ao longo do projeto cinematográfico.
“Trabalhar com a Eva foi mágico. Já na leitura do roteiro foi um espetáculo à parte. A minha personagem, Rosicledes, era cuidadora da personagem da Eva, a Otília. E eu acabei sendo a cuidadora da Eva no set, porque nós tínhamos cenas juntas e a cuidadora dela, de fato, acabava ficando mais distante. Eu estava mais próxima e entre as gravações, nós ficávamos conversando”, revelou Gorete Milagres.
Em seguida, Gorete destacou a intensidade de sua relação com Eva: “Eu estava mais próxima e entre as gravações, nós ficávamos conversando. A Eva me contou a vida dela inteira, desde a história dos pais, até os trabalhos no rádio, cinema e TV. Ela estava em um momento de lembranças do passado. Nossa relação foi muito profunda, viramos amigas”.
O projeto que envolveu Eva Wilma foi desafiador para atriz
O novo filme dirigido por Ivan Feijó apresenta uma história cativante sobre uma mulher de 80 anos que, após a perda do marido, começa a questionar o propósito da vida.
Em busca de aventura e significado, ela decide reunir algumas amigas de infância para uma emocionante jornada até Aparecida.
No entanto, Gorete Milagres compartilhou seu dilema pessoal ao ser convidada para interpretar mais uma vez o papel de uma empregada doméstica.
“O Ivan Feijó foi o primeiro diretor que viu a minha personagem Filomena – que completa 29 anos agora em maio. Quando o Ivan chegou para mim com esse filme, em julho de 2019, eu estava um pouco mal. Mesmo depois que li o roteiro, disse para ele que não queria fazer mais uma empregada. O Ivan, então, propôs que eu fosse à leitura do roteiro. Quando cheguei lá, fiquei louca. Estava cheio de veteranas e atrizes experientes. E foi na leitura que decidi que faria o filme, interpretando uma mulher que era a ‘fiel escudeira’ da personagem da Eva”, declarou.
Filme ajudou Gorete a reavaliar sua vida
Prestes a completar 60 anos em dezembro, a atriz ainda revelou que encontrou uma conexão pessoal com o tema do filme. Através de suas próprias vivências, ela expressou a identificação com o processo de reavaliar objetivos e direcionamentos na vida.
“Estou exatamente nesse momento. Tenho 59 anos e vou fazer 60, em um momento muito reflexivo e introspectivo. Mudei completamente a minha vida: estreei o espetáculo da Filomena em janeiro de 2020 e veio uma pandemia”, disse a artista.
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Concluindo a entrevista, Gorete detalhou o sufoco que passou durante a pandemia de Covid-19:
“Na pandemia, me sufoquei com aquele susto, o baque. Então decidi tomar uma decisão: queria construir uma casa em Minas, nas montanhas, e outra em Jericoacoara, para que eu pudesse me dividir entre esses dois lugares. O projeto de Jeri saiu e eu me mudei. Agora, quero caminhar aos 60 em outro mood: fazer uma aula de surfe, subir uma montanha, me energizar. Quero envelhecer com muita dança, alegria, paz e amor”, finalizou a atriz.