Contratado pela Record, Lauro César Muniz escreveu “Cidadão Brasileiro” (2006), “Poder Paralelo” (2009) e “Máscaras” (2012). A última trama, protagonizada por Paloma Duarte, teve um triste final. O dramaturgo chegou a dizer que seu último trabalho foi um dos mais difíceis que ele produziu de sua grande carreira na telinha.
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Erros em cadeia na Record
Ele revelou isso na coluna da jornalista Mônica Bérgamo , na Folha de São Paulo de 29 de julho de 2012. Em entrevista à repórter Anna Virginia Balloussier, o escritor fez críticas ao gênero e também contou que jamais iria escrever mais novelas.
Sobre “Máscaras”, seu último trabalho, Lauro revelou que errou muito nos mistérios que duravam bastante tempo, além do fato da personagem sem nome interpretada por Paloma Duarte (Nameless), o grande destaque do folhetim.
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Junto a isso, o novelista desabafou que a trama teve diversas trocas na direção após a estreia, assim como mudou de horário, perto da meia-noite, o que prejudicou a novela. “Máscaras” também competia, ao mesmo tempo, com a reprise da minissérie “Chiquinha Gonzaga” (1999), que estava sendo exibida no canal Viva.
“Só ‘A Fazenda’ dá audiência na Record. Aí pergunto: minha novela não estaria sendo vítima disso tudo? Ou foi ela que provocou essa hecatombe? Acho que não”, disse ele, confessando que este trabalho foi um grande fracasso. “Não vou usar eufemismo, é um fracasso mesmo”
Melancolia zero
Em outra parte da entrevista, ao ser questionado sobre o sucesso de “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro – que naquele momento marcava 71% de share, contra os 66 de “O Salvador da Pátria” marcava no horário nobre da líder de audiência, Lauro afirmou que não sentia melancolia do passado.
De acordo com ele, a grande maioria dos escritores de novela dos anos 1970 e 1980 estavam exaustos e não queriam mais saber das novelas. Lauro ainda justificou que os poucos que ainda estavam vivos não estavam trabalhando, enquanto outros, como Benedito Ruy Barbosa e Manoel Carlos , fizeram algo.
De fato, Maneco ainda escreveu “Em Família” (2014) e Benedito supervisionou “Meu Pedacinho de Chão” (2014) , “Velho Chico” (2016) e “Pantanal” (2022).
Aliás, críticas aos novos autores
Sobre João Emanuel Carneiro, Muniz afirmou que jovens autores como ele ainda não criaram uma novidade ao formato. Então, ele ponderou que, apesar de ter gostado de “A Favorita” (2008), ele achou a trama de Carminha (Adriana Esteves) um monte de histórias repetitivas e sem novidade.
“Avenida Brasil cai numa série de clichês, bastante improváveis, como a patroa virar empregada e empregada virar patroa. Não é uma nova forma, um clichezão. Acho chato”, disse o autor que discordou que o enredo refletia a nova classe média que se encontrava em ascensão. “A classe C ascendeu através dessa troca? Essa ideia não cola”, acrescentou.