Opinião

Discussão de DRT de Ludmilla é racismo estrutural

Ludmilla
Reprodução Internet

Ludmilla foi convidada para fazer um trabalho no GloboPlay: fechou contrato por obra e estará em Arcanjo Renegado 2.

A chamada causou um “terremoto” tremendo e um jornalismo sensacionalista: a cantora não tem DRT, registro que permite um profissional atuar.

Habitualmente, o público vê crianças e cantores participando em produções ligadas à dramaturgia.

Agora, como uma criança de 5 anos atua em uma novela sem o DRT?

Quando Fafá de Belém atuou em A Força do Querer e Ivete Sangalo, em Gabriela, não houve “barulho” de sindicato em cima dos casos. Ou teve?!

Vamos mais longe ainda: Sérgio Reis tinha DRT quando atuou em Pantanal, (Manchete), O Rei do Gado (Globo) e Bicho do Mato (Record).

O QUE É DRT?

De acordo com a lei 6.533 de 1978, conhecido pela sigla DRT, originário de Delegacia Regional de Trabalho, o documento é uma espécie de registro profissional.

Com ele em mãos, um profissional está capacitado e tem autorização legal para trabalhar como ator profissional na TV, no cinema ou no teatro.

OPINIÃO: LUDMILLA É VÍTIMA DE RACISMO ESTRUTURAL

O que Ludmilla está passando é racismo estrutural. Ao ser convidada para atuar na série, onde tem atores negros com DRT, casos de Erika Januza e Marcello Mello Jr, a cantora precisa provar, novamente, que o Brasil é um pais seletivo e que com artistas brancos o questionamento não ganha tanta repercussão.

Juliette tentou por conta própria o registro de atriz, o que foi negado. Rafa Kalimann, ex-BBB, tentou seguir os passos de Grazi Massafera, que fez sua primeira novela sem DRT em Páginas da Vida (2006).

Neste caso, a Globo tentou mostrar que Rafa tinha capacidade de segurar um papel em Verdades Secretas. Algum diretor mais atento percebeu que ela não está pronta: nem para ser atriz e nem para a função de apresentadora.

Rafa Kalimann precisa de muito estudo. O mesmo vale para Juliette.

Voltamos a Ludmilla: ver uma mulher negra ganhar um papel em uma produção sem ter o registro de atriz, mesmo contando com uma carreira consolidada como cantora e ter provado que sabe dar voz a outros personagens como fez no Show dos Famosos, é um retrocesso tremendo.

Se o DRT fosse obrigatório desde pequeno, então é preciso “cassar” os registros de Mariana Ruy Barbosa, Isabelle Drummond, Bruna Marquezine, Deborah Secco, Fernanda Rodrigues, Fernanda Souza, Bruno Gagliasso, Gabriela Duarte, Glória Pires (que era adolescente quando fez a primeira versão de Selva de Pedra, em 1972), entre outros…

O que a Ludmilla tem de diferencial das outras. A cor da pele?

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