Há 38 anos estreava uma das novelas mais complexas. Roda de Fogo escrita pelo Lauro César Muniz e Marcílio Duarte substituindo a novela ”Selva de Pedra”.
Recheada de segredos, intrigas e encrencas envolvendo pessoas influentes. Nos bastidores, houve também problemas e uma desavença séria, que culminou na demissão de uma atriz ainda durante as gravações.
O folhetim girava em torno do poderoso e inescrupuloso empresário Renato (Tarcísio Meira), que se aproximava de uma juíza, Lúcia (Bruna Lombardi) para tentar tirar vantagem.
O ricaço sabia que ela seria a responsável por julgar crimes que ele havia cometido e queria tentar trazer a profissional para seu lado. Mas a corrupção acabava dando espaço também a uma história de amor, pois Renato se apaixonava.
Na novela, Lúcia era irmã de Laiz (Lúcia Veríssimo), uma mulher bonita, muito ambiciosa, que sonhava em fazer parte da alta sociedade e não media esforços para aparecer e se tornar uma diva.
Na vida real, a atriz Lúcia Veríssimo também passou a ser vista como uma diva nos bastidores da novela. Ela constantemente se atrasava para gravações e chegou a faltar um dia. A solução encontrada pelo diretor Paulo Ubiratan (1947- 1998) foi simplesmente demiti-la.
Lúcia Veríssimo deixou Roda de Fogo antes da metade da novela. A saída da personagem foi explicada por uma viagem para o exterior –da qual Laiz nunca retornou.
Além da atriz, o elenco de Roda de Fogo também contou com nomes como Eva Wilma, Cecil Thiré (1943-2020), Renata Sorrah, Felipe Camargo, Paulo Goulart (1933-2014), Isabela Garcia, Cássio Gabus Mendes, entre outros.
Novela no Globoplay e relacionamento gay
“Roda de Fogo foi um trabalho em que corri um risco sério com a homossexualidade, porque criei uma relação homossexual entre dois personagens masculinos, e era difícil para os dois fazerem, era o Cecil Thiré e Cláudio Curi. E eles fizeram com muito prazer, não que eles tivessem relação nesse sentido, mas é que eles viveram a coisa, o personagem era mais importante do que seus pontos de vista“, conta o autor.
Para a alegria de Tônia Carrero, que não havia gostado da notícia, a novela sofreu muitos cortes de cena e a relação entre os personagens ficou implícita: “Houve cortes de cenas demais. E aí acabou que, na memória da teledramaturgia, a homossexualidade começou em Vale Tudo, o que não procede“, afirma Lauro César.
Mesmo com os cortes e problemas relacionados à aceitação dos personagens, a novela fez sucesso na época e os looks usados por Bruna Lombardi, como afirma o Memória Globo, tomaram as ruas.
Roda de Fogo teve média de 55 pontos e pode ser revista no GloboPlay.