Lançada em 1998, Brida foi a última novela da TV Manchete que iria falir meses depois. Lançada em 11 de agosto, o folhetim foi escrito por Jayme Camargo, Sônia Mota e Angélica Lopes. A obra era baseada no livro homônimo de Paulo Coelho e dirigida pelo veterano Walter Avancini.
A Manchete, já em crise, obteve os direitos da história para transformar em novela, esperando que o produto ajudasse naquele momento delicado.
O elenco era estrelar, trazendo nomes como Othon Bastos, Tânia Alves, Victor Wagner, Carla Regina, Bete Mendes, Fafy Siqueira Alexia Deschamps, Rosane Gofman, Guilhermina Guinle e Marcos Pasquim.
Carolina Kasting foi a quarta atriz a ser convidada para protagonizar a trama; anteriormente, a Manchete havia sondado Christine Fernandes, Drica Moraes e Teresa Seiblitz.
Brida teve cenas gravadas na Irlanda, assim como ocorria no livro. As viagens do elenco e da equipe foram financiadas por meio de permutas.
Para garantir os patrocinadores, a Manchete prometeu aos anunciantes que eles só pagariam se a audiência média fosse superior a 5 pontos no Ibope, afirmando que a trama poderia chegar aos 10 pontos.
Os planos do canal foram frustrados. Brida não saiu de 2 pontos, sendo exibida às 21h40 perdia para a Gazeta, Band e Record na faixa horária. Como não atingiu o patamar, os patrocinadores não pagaram as cotas, conforme o combinado.
Nos bastidores, o clima era péssimo. A partir do 14º capítulo, o autor Jayme Camargo foi afastado da obra, sendo substituído pela dupla Sônia Mota e Angélica Lopes. Segundo a emissora, o objetivo da mudança era obter maior identificação junto ao público feminino.
Várias modificações foram feitas na trama, que passou a dar maior espaço para atores que haviam se destacado nas tramas anteriores (Mandacaru e Xica da Silva), como Victor Wagner, Carla Regina e Alexia Deschamps. Cenários e figurinos também foram modificados às pressas, buscando maior leveza e um tom mais divertido.
A equipe da produção jogou a culpa do fracasso de Briga na exibição do horário eleitoral gratuito, afirmando publicamente que a audiência deveria melhorar após o encerramento da propaganda, em outubro, que não aconteceu.
Forte concorrência
Brida tinha fortes concorrentes: Torre de Babel (Globo), Programa do Ratinho (SBT) e Leão Livre (Record). Enquanto a trama de Silvio de Abreu chegava a superar 50 pontos de média, os programas de auditório permaneciam na casa dos 20 pontos. Enquanto isso, durante toda sua exibição, o recorde de audiência de Brida foi de apenas 4 pontos no Ibope.
Com dois meses no ar, o elenco já estava sem receber seus salários há um mês e meio. Então, se recusaram a gravar mais cenas.
Sendo assim, a trama foi encerrada no capítulo 54, exibido no dia 23 de outubro de 1998.
O final foi produzido de uma maneira inédita: enquanto eram exibidas cenas que já haviam sido gravadas, o desfecho da trama era narrado por Eloy Decarlo, tradicional locutor da Manchete, sem a existência de um desfecho propriamente dito.
No dia 26 de outubro, o horário de Brida foi ocupado pela segunda reprise de Pantanal, exibida originalmente em 1990.
Com vários problemas financeiros, a Rede Manchete saiu do ar definitivamente em 10 de maio de 1999.
