O SBT não parece ter envelhecido muito bem. No ultimo sábado, dia 19 de Agosto, a “TV mais feliz do Brasil” completa 42 anos de vida, mas diferente do vinho, o SBT não parece ter envelhecido bem.
Em pleno 2023, a emissora continua muito apegada a fórmulas que fizeram sucesso no passado, e segue bastante resistente a se adaptar a novas ideias e formatos, na contramão do que a maioria das suas concorrentes tem apostado. Muito ao contrário, a grade da emissora está cada vez mais recheada de reprises, sejam de novelas, séries ou filmes. Atualmente, seis novelas são exibidas diariamente pelo SBT, sendo que quatro delas são reexibições.
Muito dessa insistência em não se renovar é responsabilidade do próprio dono da emissora, Silvio Santos. Um homem que, notavelmente, sempre esteve a frente do seu tempo na maneira de conduzir e administrar o SBT. Porém, com o avanço de novas tecnologias e o declínio da audiência na TV aberta, que precisa se reinventar cada vez mais para tentar manter seu público, Silvio Santos continua controlando a programação do SBT como se ainda estivéssemos nos anos 80 ou 90, em que praticamente qualquer atração do canal dava uma audiência minimamente razoável, já que a emissora do homem do Baú sempre teve grande simpatia do público brasileiro.
Quando que o SBT vai acordar?
É certo que faz falta na TV brasileira como um todo, o capricho, o entusiasmo e a criatividade que eram notáveis na TV das décadas de 80 e 90, mas isso não significa que o SBT precisa se fingir de máquina do tempo e continuar apostando em atrações dessas épocas. O SBT do passado fazia sucesso justamente por ser ousado, inovador, surpreendente, mas essas características ficaram pra trás com o tempo.
Falta paro o SBT um reality show
Um exemplo nítido disso, é que o primeiro reality de confinamento que literalmente parou o país, foi lançado pelo SBT: A “Casa dos Artistas”, que antes mesmo do “Big Brother Brasil”, na Globo, ou de “A Fazenda”, na Record, fez o Brasil ficar alucinado por esse tipo de formato, que repercute bem até hoje, ainda que não faça o mesmo sucesso de antes. Mas por que é que depois de perder os direitos sobre o formato da “Casa dos Artistas”, o SBT nunca mais investiu num reality de confinamento que tivesse a mesma relevância e que movimentasse todo o resto da programação, assim como acontece com o “BBB” e “A Fazenda” em suas respectivas emissoras? .
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Sem Chaves, o SBT perdeu o seu coringa
Outro ponto que reforça o quanto o SBT segue dependente do passado e se prejudica muito com isso, é a ausência dos seriados “Chapolin” e “Chaves”, que desde 2020 estão proibidos de serem exibidos na emissora, devido a questão judicial sobre os direitos sobre a obra de Roberto Bolaños, ator que deu vida aos dois personagens tão queridos pelos brasileiros.
A impossibilidade de exibir os dois seriados, que sempre foram dois grandes curingas na programação da emissora, expôs o quanto a grade do canal tem vários “buracos”, os quais o SBT até hoje não sabe como preencher. As manhãs de domingo, por exemplo, eram um espaço onde o seriado “Chaves” marcava presença constante em seus últimos anos no SBT, e após a saída do seriado mexicano, o horário foi ocupado pelo totalmente desnecessário “Notícias Impressionantes”, que de impressionantes, não tem absolutamente nada.
Esperamos que neste aniversário de 42 anos, o SBT ganhe de presente a garra e a ousadia perdidas e que fizeram a emissora se tornar uma das mais queridas no cenário nacional. Que o SBT deixe de ser tão apegado ao passado e comece a construir um novo futuro. Que saia do “mais do mesmo” e traga “mais do novo”, antes que seja tarde demais.
A opinião deste texto não reflete com a opinião do site Aqui tem Fofoca.
Texto de Jefferson Barros.