A cantora Preta Gil revelou no final de agosto que voltou a fazer o tratamento contra o câncer após uma recidiva do tumor. Em uma entrevista ao Fantástico, programa da TV Globo, neste domingo (8/9), a cantora deu detalhes sobre o caso.
A entrevista ocorreu após a primeira semana de sessões de quimioterapia. “É muito exaustivo, mas tenho muita vontade de continuar falando com as pessoas que me cercam e me mandam tantas energias positivas”, afirmou.
Leia também:
- Chateada, Jacqueline Brazil não realizará sonho (tão cedo) na Globo
- Inimiga de Andreia Sadi pode perder vaga em telejornal da GloboNews.
- TV Cultura demite 36 funcionários e cancela produção de ”No Mundo da Lua”
- Ana Maria Braga lança quadro de entrevistas na internet
Ela também foi transparente sobre um dos momentos mais desafiadores de seu tratamento: a cirurgia de amputação do reto, a porção final do intestino grosso.
“Meu tumor inicialmente atingia uma região do reto muito próxima do esfíncter (musculatura do ânus) e foi um desafio para meus cirurgiões fazerem a amputação que era necessária para tirar o câncer, preservando a estrutura muscular do meu esfíncter. Eles tiveram sucesso com isso, mas tive uma série de complicações. Tive de usar a bolsa de ileostomia durante três meses, enquanto não passava por uma nova cirurgia para reconstruir a região do reto. Tenho feito fisioterapia desde então para reaprender a controlar as funções intestinais, mas ainda tenho incontinência fecal. Não sei se um dia vou deixar de ter’, afirmou ela, na entrevista.
O que é a amputação do reto?
A amputação do reto é uma cirurgia para retirada de tumores que crescem nessa porção final do sistema digestivo. Ela nem sempre é necessária em pacientes com câncer de intestino: depende da área do corpo que é atingida pelo tumor e da gravidade na qual ele é descoberto.
Pacientes com câncer de ânus, mais raro, podem ter a necessidade de amputação do reto. O procedimento é feito através da região do períneo (entre o sexo e o ânus), em uma incisão que permite a remoção do reto. A cirurgia normalmente leva entre duas e três horas.
“A cirurgia é um pilar fundamental do tratamento na maioria dos casos. Existem diferentes tipos de cirurgia, uma que retira a parte afetada pelo tumor e a cirurgia de miles, em casos de tumores muito próximos ao ânus, em que se remove o reto e o canal anal, para reduzir riscos de retorno doença”, explicou o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, da rede Oncoclínicas, em Brasília.
“Tive sorte”, diz Preta Gil sobre acompanhamento
Durante a entrevista ao Fantástico, a cantora destacou a importância do acompanhamento de saúde que vinha fazendo. “Embora tenham encontrado quatro focos, seis meses antes estava ótima, os médicos diziam que nem parecia que eu tinha tido câncer. Imagine como seria minha vida se não tivesse podido fazer os acompanhamentos médicos regulares? Tive sorte”, contou.
Comentando o caso da cantora, o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro reforça que o acompanhamento pós-tratamento é fundamental para os pacientes oncológicos e que deve ser feito nas datas marcadas.
“O acompanhamento é essencial para, em caso de recidiva, ela ser descoberta precocemente. Com o acompanhamento regular e uma rotina de exames periódicos, qualquer indício de retorno da doença pode ser mais facilmente identificado”, conclui o especialista.