Os advogados recontratados pelo X (ex-Twitter) para defender a plataforma no Brasil enviaram uma petição ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em que afirmam que um representante legal da empresa será apresentado dentro do prazo determinado pelo ministro.
Nesta quinta (19), Moraes deu 24 horas para a indicação de um nome sob pena de não reconhecer a atuação dos advogados no país.
O X recontratou nesta semana os advogados do escritório Pinheiro Neto para representá-lo perante a corte, depois de dispensá-los na semana passada. A banca Rosenthal Advogados Associados também assina a petição enviada a Moraes.
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A plataforma diz ao STF que só soube por meio da imprensa que a rede social voltou a ser disponibilizada aos usuários brasileiros na quarta-feira (18).
“O X Brasil reitera que a situação exposta não decorre de qualquer intenção de burlar a ordem de suspensão estabelecida por essa Egrégia Suprema Corte, mas de falha técnica decorrente da necessidade de alteração da infraestrutura da rede utilizada para a disponibilização do acesso à plataforma X aos usuários dos demais países da América do Sul”, diz a petição.
De acordo com a rede social, sua equipe ficou sem a estrutura necessária para oferecer seus serviços nos países vizinhos depois da derrubada da plataforma no Brasil. Para resolver o impasse, foi contratada a empresa de serviços de hospedagem Cloudflare.
A mudança, de acordo com a versão da plataforma, foi o que abriu brecha para que os usuários brasileiros do X pudessem acessá-lo.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), porém, apontou que “a conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF”. Moraes, por sua vez, disse ver “dolosa, ilícita e persistente recalcitrância” em desobedecer as determinações, e multou a plataforma em R$ 5 milhões.
Contas bloqueadas
Ao se dirigir ao ministro, os advogados do X listam contas que foram bloqueadas para atender ordens dadas pelo ministro no dias 7, 16 e 20 de agosto.
A plataforma começou a cumprir as determinações na noite de quarta.
A suspensão das contas foi entendida no STF como um sinal de que o bilionário Elon Musk finalmente pode estar revendo a decisão de descumprir ordens judiciais no Brasil -até agora, ele se negava a retirar as contas do ar, a pagar as multas aplicadas pelo STF por causa disso e a indicar um representante no Brasil.
Em agosto, o X anunciou que estava fechando o escritório no país para que seu representante não fosse preso. Descumprir ordem judicial no país é crime, com pena prevista de detenção de 15 dias a seis meses.