Silvio Santos foi um dos maiores apreciadores da arte da comunidade LGBTQIAPN+. Em seus programas, ele tinha concursos de transformistas e transexuais. Sempre tratando as convidadas como estrela. Aliás, o SBT sempre foi a casa da comunidade, me recordo bem novo das apresentações no Show de Calouros das drag queens e achava aquilo fantástico.
O patrão tratava com muito respeito e sabia da importância de abrir espaço numa TV Aberta para a minoria. A comunidade ”T” representada pelos transexuais e transformistas sempre fizeram do palco de Silvio Santos a sua segunda casa.
Me recordo de uma passagem de Silvio Santos com a atriz, humorista e apresentadora Nany People no qual o Silvio Santos sempre teve um carinho. O patrão uma vez com sua voz alta nos corredores ao perceber que uma convidada não tinha chegado para gravar o seu programa, pediu para uma produtora chamar no camarim a Nany. Ele em bom tom com sua voz alta e potente ecoou nos corredores: chama a Nany que ela dá ibope e tem uma cultura invejável. No SBT, Nany foi repórter da Hebe e foi escolhida pelo Silvio para ser jurada do programa Cante se Puder – primeiro programa apresentado pela Patrícia Abravanel no SBT.
A comunidade sempre teve Silvio Santos como aliado, defensor e as portas de sua emissora sempre estiveram abertas para as artistas que fizeram e construíram a história das noites paulistanas.
Legado que sua filha Patrícia Abravavel continua no comando que ela assumiu do pai. O SBT é colorido, é amável, é respeitoso e a casa de qualquer artista brasileiro.
“É inegável sua contribuição ao proporcionar visibilidade para as artistas travestis na televisão, em um período em que éramos frequentemente perseguidas e retratadas quase exclusivamente em programas policiais”, afirma a organização, em nota. “Naquele contexto, a situação era ainda mais desafiadora, mas, mesmo assim, ocupávamos semanalmente aquele espaço, exibindo nossos talentos, corpos e belezas, com uma liberdade que era intensamente reprimida fora das telas. É essencial analisar esses eventos à luz do contexto histórico para não cairmos em anacronismos, sem perder de vista a discriminação generalizada que predominava na sociedade.” – destaca a Antra, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais.