O cantor Livinho participou do “Blackout Tuesday” (terça-feira de apagão, em inglês), um protesto às mortes de negros pela polícia, mas foi acusado de racismo por uma modelo.
Raielli Leon foi quem contou em seu Instagram que teria sido xingada e desrespeitada pelo cantor na gravação de um clipe em 2017.
Ela disse que o vídeo foi gravado em um sítio com nove modelos negras e dez brancas. Fã de Livinho, a moça estava empolgada e se produziu para o evento, mas percebeu logo no início que o cantor não foi com a sua cara.
“Não sei o que passou na cabeça dele, porque não tem como a gente saber o que se passa na cabeça de uma pessoa racista, idiota, escrota, mas ele começou a fazer umas dancinhas idiotas, obscenas, virando para o meu lado, pegando no saco, imitando o Michael Jackson, como se estivesse sarrando”, inicia Raielli.
Segundo a modelo, o pior aconteceu quando Livinho tirou o celular do bolso e colocou no cabelo dela. Em seguida, disse que foi roubado. “Tirei a mão dele e falei: ‘Para com isso, sai fora’. Tentei continuar dançando, todo mundo que estava no momento começou a rir. Satisfeito, porque ele queria aparecer, repetiu a brincadeira por mais duas vezes. Colocou a mão no meu cabelo e falou que estava espetando, catou o anel e colocou no meu cabelo, falou que roubei”, recorda a dançarina.
Raielli diz que ninguém a defendeu e Livinho não percebeu que estava passando dos limites. Após ser convidada para pular na piscina, a moça o chamou de idiota, mas o cantor não se importou. “Ele perguntou se eu não queria pular na piscina para ver se ia molhar (o cabelo). Pegou no meu braço e foi me jogar. Eu estava inconformada. Não tinha intimidade com ele, não dei liberdade para fazer brincadeiras comigo. Muito menos isso, que para mim não é brincadeira”, explica.
No vídeo publicado no Instagram, a modelo diz que dias depois foi convidada para outro clipe do artista, mas disse ao seu produtor que só iria se Livinho se desculpasse e parasse com essas “brincadeiras”. Foi aí que a história ganhou um novo episódio.
“Ele me xingou de todos os nomes possíveis, falou que era mentira minha, que eu estava inventando, que ia acabar com a minha carreira, que eu devia ter medo do que estava falando e de quem estava brincando. Isso foi só a pontinha de um iceberg que não acaba nunca. Parece que nunca mais vou ter paz na minha vida”, diz ela, que entrou com processo contra o artista.
Depois disso, Raielli diz que sofreu consequências. “Fui cortada de festas, cortada de presença vip, cortada de clipes. A advogada abandonou o processo, disse que ‘perdeu todas as minhas provas’. Depois de tudo que passei, vocês não acham um absurdo a pessoa postar bandeirinha de ‘vidas negras importam’?”, questiona ela.
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